sexta-feira, 4 de novembro de 2011

FÓRMULA DO AMOR

Postado por Téia às 8:16 AM
Sempre me senti de calças curtas quando alguém me pergunta “Porque você não está namorando?”. Fato é que eu nunca fui de programar minha vida e calcular quando eu deveria estar namorando, a idade exata em que eu me casaria, teria filhos, e etc. Talvez por isso nunca estive procurando ou fugindo de um possível romance. Apenas vou vivendo, esperando que as minhas escolhas não planejadas, me reservem um futuro bom. Mas, ao que me parece, essa pergunta quando feita, tem como expectativa uma resposta sucinta, sincera e direta, do tipo:

QUESTÃO DE VESTIBULAR:

Sendo A um indivíduo solteiro, jovem, atraente e com diversos predicados que te caracterizariam como um(a) bom(a) namoro(a), qual a alternativa que melhor justifica o fato de ainda não estar namorando ou casado ou num relacionamento sério, monogâmico e restrito:

A. O indivíduo não é adepto da monogamia e acredita que a felicidade esta mesmo em ter vários parceiros(as), peguetes, paqueras e etc.

B. O indivíduo apesar de ter excelentes qualidades, tem defeitos que nenhum outro indivíduo seria capaz de suportar na condição de cônjuge, namorado(a), ou qualquer status que caracterize compromisso.

C. O indivíduo acredita que não existem mais pessoas de bem, que possam compartilhar momentos a dois com cumplicidade, lealdade e bem querer.

D. O indivíduo até gostaria de se comprometer, mas aí percebe que o verão, o réveillon, o carnaval, a semana santa, o são João, o Sauípe Folia, o Sauípe Fest e todas as outras festa do ano estão tão próximas.

E. Com certeza, se a minha aprovação dependesse dessa questão, eu estaria DESCLASSIFICADA.

Sim, o fato de eu ainda estar solteira tem influência de todas essas respostas, mas ao mesmo tempo de nenhuma delas. E explicar o verdadeiro motivo, necessitaria de um mergulho tão profundo em mim mesma, que dificilmente conseguiria resumi-lo em duas linhas.

Provavelmente, devo ter deixado escapar pessoas especiais porque estava em um momento de prezar pela minha liberdade, ou em um momento de conhecer novas pessoas, por estar desiludida com os relacionamentos passados, ou por ter usado como desculpa para não me apegar o defeito mais idiota encontrado no outro. Mas a verdade é que para mim, se apaixonar se comporta mais ou menos como a formação do ar. Vários gases se formam, sabe-se lá como (nunca gostei muito de química) e vão se unindo de forma complexa, até formar o ar que respiramos. Ah! E respirar é tão bom. Mas se me mandassem analisar e repetir de maneira impecável todo o processo e fórmulas responsáveis pela sua formação eu nunca saberia. E mesmo que soubesse e quisesse reproduzi-lo, muitas influências externas poderiam prejudicar a formação do meu ar. No entanto, fico satisfeita em saber que as forças da natureza agem para que ele esteja lá, todos os dias para ser respirado. E por mais que este processo pareça tão natural e involuntário para nós, ele é complexo e depende de muitos fatores.

Se comprometer é tão complexo quanto. E mesmo que eu quisesse elaborar a fórmula do relacionamento bem sucedido, uma série de outros eventos poderiam interferir no meu experimento. Felizmente, com um pouquinho de comprometimento e ajuda dos astros todos nós acharemos a tampa da nossa panela, ainda que seja um cachorro ou o livro perfeito.

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