sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Amizade Colorida

Postado por Téia às 7:25 AM
Toda mulher já pensou em como seria se envolver com seu melhor amigo. Ele pode ser lindo, ser feio, ser magro demais, ser gordinho, ser muito mais alto que você, ou até mesmo um pigmeu. Algo que naturalmente vocês não teriam se atraído fisicamente, mas se ele é seu melhor amigo, vocês buscaram algo entre si, que despertou afinidade e vocês apostaram em outro tipo de relação inicial, e por isso, vocês se aproximaram e se permitiram se conhecer melhor. E nesse processo, em algum momento, passou pela sua cabeça como seria se vocês namorassem.

Eu particularmente, já pensei. E essa intimidade que a relação de grandes amigos trás, me fez ter a oportunidade de experimentar um pouco essa inversão dos papeis e confundirmos um pouco nossas pernas... e acabamos ficando. Na hora foi um dos melhores momentos que passamos juntos. Nos divertimos, rimos de outro jeito, nos olhamos de forma diferente e nos curtimos com vontade de viver aquele momento.

Muito natural e gostoso de sentir. Até pegarmos no sono juntos e acordarmos abraçadinhos no dia seguinte. Acho que muito da atitude de timidez foi minha. Acordei meio sem graça, sem querer conversar, então fingi que não tinha visto que ele já tinha acordado e levantei sem tempo dele falar alguma coisa.

A situação ficou um pouco embaraçosa, por que iríamos passar o dia juntos. Então eu não tinha aquela desculpa de “tive que ir embora”, por isso respirei fundo e encarei como se nada tivesse acontecido. Fui preparar o café, como de costume, e aproveitei a demora dele levantar da cama para tomar um belo e demorado banho, para lavar os pensamentos de arrependimento.

Arrependimento? Mas eu não estava arrependida! Nem um pouco. Mas meu inconsciente não me deixava pensar o contrário. Pensei, repensei, lembrei dos anos de amizade e foquei nas atitudes que seriam comuns se nada tivesse acontecido.

Voltei no quarto e fiz a criatura deixar a preguiça de lado, por que a praia já estava nos esperando e ainda tínhamos que acordar o resto da galera.

Essa foi a melhor das atitudes que eu podia tomar, pois pareceu que tudo estava na mais perfeita ordem e que nossas expressões não iriam dedurar para todo mundo que a gente tinha pintado a amizade de colorido.

O dia não podia ter sido melhor. Brincadeiras, risadas, histórias e centenas de latinhas de cerveja, fizeram aquele dia ser especial, como muitos outros dias que passamos juntos.

Hora de voltar para casa. Todos se despedem e nós pegamos o caminho de volta. Víamos nos olhos um do outro que não queríamos voltar para casa sozinhos, pelo menos não antes de ficarmos um pouco a sós. Não sabíamos por que, mas sentíamos isso... até que ele resolveu tomar a iniciativa e convidar para mais uma latinha de cerveja, a qual não tomaríamos...

Em qualquer dia diferente daquele, aquilo ia ser a coisa mais normal do mundo. Mas eu queria ir conversar com ele. Precisava falar do que aconteceu, mesmo não sabendo o que eu queria falar. E voltamos juntos, fofocando e planejando nossos futuros como em todas as tardes de domingo.

Na porta de casa já não falamos mais nada... apenas nos olhamos e nos beijamos. Passamos horas assim. Perdemos a hora. Não queríamos nos despedir e não podíamos mais ficar juntos. A vida continuava e até que o próximo final de semana chegasse, nos falaríamos todos os dias, mas não nos veríamos.

Que sensação estranha. Uma delícia de sentir, mas com um ar de que algo de errado e de maravilhoso acontecia entre a gente. Será que nossos sentimentos mudariam a partir daquele instante? Será que ficaríamos juntos? Ou a amizade, acima de tudo, iria prevalecer?

Deixamos o destino escrever por nós. E virou amor. Um amor que somente grandes amigos, verdadeiros amigos, sabem explicar. E sabem conviver. Não estamos juntos como homem e mulher. Na verdade, cada um encontrou a sua metade da laranja e o quarteto convive com muita harmonia e discrição.

Mas temos uma linha invisível que nos ligará para o resto da vida. E nos levará ao altar, à maternidade, aos batizados e a todos os outros acontecimentos da vida, até que a morte nos separe.

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