terça-feira, 22 de novembro de 2011

Amor sem escalas

Postado por Téia às 8:30 AM
Não trabalho no departamento de contos de fadas, mas tenho uma história de amor capaz de desbancar qualquer princesa com castelo encantado.

O conheci ainda no tempo da faculdade. Eu, apenas uma colega de sala, com cara de nerd e corpo de menina. Ele, o gato da turma. Jamais imaginei uma possível paquera nessa relação, até que um dia eu tropecei no acaso e me esbarrei no grande amor da minha vida.

Fim do ano letivo, meio de um Happy Hour, início de uma história de amor. Foi preciso apenas de um dia para saber que aquele momento se eternizaria. Algo de muito especial aconteceu naquela noite... Algo que, emocionalmente, nos uniria por muitos e muitos anos. Como se por conta de um beijo, ele tivesse me transformado de menina, em mulher.

Eu só não sabia que em pouco tempo eu perderia aquele cheiro de felicidade que tomava conta da minha vida. As malas já estavam prontas e ele partiria para longe do meu coração.

Ele foi morar em outro estado e naquela época Bill Gates ainda não tinha revolucionado o mundo, tecnologicamente falando... perdemos o contato. Ele apenas sobrevivia nas lembranças que deixou em cada curva do meu corpo.

Aquelas lembranças não mereciam ser esquecidas e o destino tratou de colocá-lo em meu caminho novamente. Anos depois, um encontro no aeroporto mudaria novamente os nossos projetos e os nossos sentimentos.

Foram carnavais, praias, e-mails e músicas. Viagens, telefonemas, mensagens e saudade. Pura saudade. Trilhas, suspense, nudismo e encontros marcados. Pura aventura. Uma vontade de sentir, de estar perto, de querer bem. De querer. Puro desejo. Promessas, cervejas, banhos e lembranças. Pura paixão.

Qualquer tempo que passamos juntos, ao invés de amenizar a saudade, ela só aumenta. Não era para ser o contrário? Basta ligar a TV e ver uma série no canal fechado que lembramos um do outro. Vontade de viver tudo de novo... de novo... e de novo.

E a cada escala, a cada conexão, a cada parada nos aeroportos de viagens a trabalho ou de férias, precisamos matar a saudade. Mesmo não estando juntos, adoramos nos reencontrar.

Tenho medo de algum dia ele ligar e eu não poder mais atender... Tenho receio de que esse amor acabe, se é que ele há de acabar... Temos vontade de viver simples coisas do dia a dia, como andar de mãos dadas numa tarde de domingo sem pensar no horário do próximo vôo.

Mas ele continua indo embora... e eu continuo ficando... vendo ele levar partes de mim que antes eu nem sentia falta...

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