Meu último namoro começou sem muito propósito. Nos conhecemos em meio a uma multidão, trocamos algumas boas palavras antes de trocarmos bons olhares. Nada que me fizesse derreter em sonhos ou suspirar de emoção no dia seguinte. Apenas mais alguns encontros interessantes, que preencheriam minhas horas com sorrisos singelos e olhares contentes. Um despertar até empolgante. E quando nos demos conta, já estávamos a passear entrelaçados a um bom sentimento e companhia. Passamos a conhecer mais coisas em comum e compartilhar tantas outras experiências novas. Uma história à dois bacana, cheia de aprendizados. E só.
Para falar a verdade, nunca tive aqueles namoros avassaladores. De perder noites em pensamentos, de telefonemas desesperados de saudade e angústia a cada som dos ponteiros do relógio à espera de mais um encontro. Algo parecido aconteceu em pequenas paixões deixadas ao longo da vida. Nada registrado em namoro oficial.
Hoje na pausa de um sinal na tão grande cidade que viajo, vi um casal entorpecido de amor. Muito carinho, uma cumplicidade literalmente admirável. Me perdi na cena, até ser interrompida por algum mal amado buzinando enlouquecedoramente atrás de mim.
Os mesmos 500m que todos os dias passo até chegar ao trabalho, ganharam um novo significado. Ganhei um desejo de amar de novo. Uma busca que não mais pertencia ao meu pobre e disfarçado coração. Sorri do nada e me contagiei com o amor dos outros.
Renasci em mim. Como uma pequena semente, passível de ser plantada. Me devolvi ao mundo. Em contrato, me ofereço a promessa de amar de novo. E quantas vezes for preciso. Em alma, me abro e me dôo em esperança para tantos outros re-começos. Em corpo, me desfaço de preconceitos e me aceito de volta, do jeito que sou.
Simplesmente pensar no amor já revigorou meu status de viver. Se já é o amor? Não sei. Mas enquanto houver amor, faremos as pazes de novo.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
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