Uma amiga me convidou para uma programação dessas bem roots num desses bairros boêmios e descontraídos que pessoas de todos os estilos freqüentam e se divertem horrores, mas que é essencialmente roots. Uma excelente programação para uma sexta-feira à noite, para quem não tem nenhuma outra programação no dia.
Mal recusei o convite, apenas citando que já tinha compromisso agendado e sou surpreendida com um: “Não acredito! Você sempre cheia de programações!!! Nossa Senhora da agenda marcada. Aposto que você vai para um programinha “Mitiê”, desses que você paga uma fortuna para entrar, fica horas na fila de espera, só para fazer fachada que o point vai bombar e ainda num lugar onde só tem loiras super arrumadas e homens de camisa Pólo de emblema e garrafas de uísque na mesa. Desaparte sua alma!”
Peraí, eu até posso ser uma patricinha, mas eu tenho personalidade! Adoro espaço intelectual e glamouroso. Minha dedicação ao trabalho tem que ser recompensada com o que há de bom na vida, mas também não sou tão fútil ao ponto de ir para os lugares que só predomina aparência.
Atrasamos um pouco de chegar ao evento, por que foi muito difícil caprichar no look para uma balada destinada a pessoas solteiras e em busca de diversão. Quando chegamos, uma fila enorme na porta. Será que estava realmente cheio daquele jeito ou era só fachada? Como somos pessoas bem relacionadas, conhecíamos os organizadores e tínhamos entradas preferenciais, nada de fila! Mas ao soltar do carro, uma grata (ou seria ingrata?) surpresa: de um lado uma fila só com mulheres, praticamente todas loiras, vestidas com os mais diversos estilos de festas de casamento, maquiadéssimas, chiquerésimas, arrumadíssimas, lindíssimas e animadíssimas (tá vendo o lado bom?). Do outro lado, uma fila só de homens, TODOS de camisa Pólo, calça jeans e sapatos sociais. P.S.: Camisas Pólo com números, desenhos, hologramas, marcas, ou qualquer outro emblema que vocês queiram classificar.
Aquilo teria sido uma vidência, predestinação, macumba ou só eu ainda não tinha me dado conta que eu realmente freqüento esses tipos de lugares? Onde é que eu tenho amarrado meu jegue?
Ah, já estávamos lá. Não íamos voltar para casa, ou deixar meu scarpam estragar nos paralelepípedos da velha calçada roots, né?! Afinal, só pagamos 1/3 do valor do convite tradicional e somos do partido de que “se está na chuva é para se ‘afogar’ (rs)”. E não é que a Baladinha foi danada de boa?! Nada a reclamar. Músicas atuais e vibrantes, pessoas bonitas e anônimas, bebidas das melhores e convivência pacífica: nada de tapas e beijos.
Era disso que eu precisava. Curtir em bom estilo. Uma garrafa de uísque (dos bons) sobre a mesa, dancinha da moda sendo aprendida com os novos hits do verão, mauricinhos intelectuais com singelos sorrisos e trocas de olhares e excelentes amigas fazendo companhia numa sexta a noite. Só qualidade. Eu mitiê?! Sim, mas com personalidade!
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
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