sábado, 11 de fevereiro de 2012

A arte do desapego

Postado por Téia às 8:23 PM
Alguns anos de namoro me fizeram ficar altamente desconectada com a modernidade dos novos envolvimentos carnais. Até então, alguns caras que eu conhecia eu não conseguia manter nenhuma relação prolongada e a justificativa era sempre a mesma: acabei de sair de um relacionamento.

Essa é uma das mentiras que as mulheres contam. Eu não queria me envolver por que não estava nem um pouco interessada nas modalidades que surgiram. E foi quando me dei conta disso, que passei a prestar mais atenção em quem eu queria ou não uma aproximação mais interessante.

Eis que depois de um dia ultramegamasterplus atípico e cansativo, comemorando em um boteco de esquina com uma amiga o dia inteiro de trabalho ininterrupto que tivemos, me aparece uma figura um tanto quanto inusitada e divertidíssima, sentando ao meu lado e curtindo a minha imagem totalmente descaboletizada. Nenhuma criatura em sã consciência me paqueraria naquela situação, e como eu realmente não acreditada que era um clima de paquera, entrei na brincadeira e trocamos telefones.

Meia hora depois já estamos marcando um forró para fechar com chave de ouro aquele domingo de gravação ao sol, de um comercial que até hoje eu não me vi. Eu só não tinha me dado conta que o personagem principal não tinha participado de nenhuma cena até então.

Do caranguejo ao forró, do forró á boate, da boate à tantos outros encontros super interessantes, mas com um toque especial: o desapego.

Sim. Desapego. Isso mesmo. Apegar-se a que? A quem? Apegar-se para que? Se tudo é transitório, se tudo é passageiro... No começo entender isso era um exercício difícil para nós que ainda somos presos ao ego humano.

Saímos juntos muitas vezes, fomos a muitos lugares, com muitos amigos e nunca um rótulo para nos apresentar. Nós simplesmente não precisamos de classificações. Só precisávamos querer estar juntos.

Difícil tarefa foi aceitar que era um acordo de cavalheiros e que em um futuro breve seríamos apenas amigos, bons amigos. Uma experiência verdadeiramente interessante, para um mundo tão moderno como o que estamos vivendo hoje. Onde os relacionamentos para serem verdadeiros precisam que uma paixão forte e ardente, quebre toda essa banalidade de não se firmarem mais relacionamentos fiéis e duradouros.

Exercitemos o desapego das coisas materiais, das ilusões emocionais, dos rancores, das mágoas, de tudo aquilo que nos aprisiona. Desapego nos liberta. Afinal, se coisas boas se vão é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo!

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