Estava eu, um belo dia, numa reunião de mesa de bar com alguns amigos (outros nem tantos) e mais uns três ou quatro gatos pingados desconhecidos - e como toda reunião de pessoas jovens, saudáveis, não evangélicas e sexualmente ativas, o papo rendeu – e uma hora o assunto sexo acabou aparecendo. Prá variar, só prá variar. Conversa vai, conversa vem, os garotos tomaram conta do assunto e as interlocuções se tornaram cada vez mais exclamadas e indagadas.
• “Como é que pode uma mulher nos dias de hoje ainda usar calcinha bege?”
• “Eu me revolto com mulher de calçolão!”
• “Nossa!!!!! Mulher assim está esperando você broxar...”
• “Mulher pensa que ela tem que passar a impressão de descuidada para o cara não pensar que ela saiu de casa pensando naquilo. Dá uma vontade de falar: Minha filha se arrume para f%R@%%!”
Eu, como não tinha intimidade com a maioria da mesa e queria ouvir um pouco a opinião dos homens, preferi me calar e ficar refletindo sobre o assunto, enquanto a revolta dos meninos crescia ao redor do debate. Várias questões me vieram à cabeça: Uma mulher não pode sair de casa sem nenhuma intenção de mostrar suas peças íntimas e no meio da noite mudar de idéia? Que tesão masculino é esse que some como num passe de mágica apenas por causa da cor de uma calcinha? Desde quando os homens passaram a reparar e ser tão exigentes assim? Mas o que mais me prendeu a atenção foi a pérola: “Se arrume para f$@@$%¨!”.
Será que essa máxima só é válida para as mulheres? Acredito que grande parte do meu círculo de amizades pode até não estar com a calcinha mais provocativa nos 365 dias no ano, afinal de contas elas não costumam ser as mais confortáveis, mas sempre que existe a possibilidade de o fofo ver ou tocar em qualquer parte do livro que não seja a capa, nos preocupamos em manter tudo organizado.
E os homens? Será que eles acham que a nossa excitação não precisa de um estimulo visual também? Quanto será que eles se preocupam com isso? Afinal de contas não estamos mais na idade da caverna, em que a pobre donzela se contentava apenas com os frutos das marretadas (com o perdão do trocadilho) do nobre caçador, barbudo, cabeludo, exalando os odores de sua aventura na selva. Queremos mais! E dentre tantas outras coisas, nos admiramos com um bom perfume, observamos se os pêlos estão devidamente aparados e principalmente como são as cuecas, tem que ser pelo menos bonitinhas. Existem até aquele tipo de mulher que se encanta por um tipo ogro maltrapilho. Falando por mim, prefiro que essa imagem fique só para os fetiches. No dia a dia o que ganha ponto é a cueca box sem furinhos, sem elásticos estourados e lavadas com OMO cores múltipla ação.
Certa feita estava de romance com um jovem que se despia na velocidade da fórmula 1. Era só o clima esquentar e, tcham tcham tcham tcham, lá estava o principezinho do jeito que veio ao mundo. Eu achava engraçado. Achava que ele se sentia a vontade demais em ficar peladinho da Silva. Até o dia em que fomos passar o final de semana juntos e eu descobri a fonte do problema. Enquanto ele tomava banho, eu precisei buscar a minha nécessaire no banheiro, e foi quando eu dei de cara com o trauma: Cuequinha coador de café, que um dia havia sido azul marinho, mas naquele momento era qualquer coisa desbotada com alguns pontos rosas de água sanitária e elástico esgarçado. CHOQUEI! Como é que aquela coisinha linda, que vivia sempre muito bem vestido, cabelos cortados, super cheirosinho poderia usar um treco daqueles? Chamem aquilo de qualquer coisa, menos cueca! Ainda mais sabendo que poderia ser pego com a arma do crime a qualquer minuto... Não foi por esse motivo que o romance não vingou, mas naquele dia quem “broxou” fui eu. Mas depois do trauma, costumo aconselhar os meus amigos: QUERIDOS, SE ARRUMEM PARA F%$@%¨!, AFINAL DE CONTAS MULHER TAMBÉM BROXA!
terça-feira, 6 de julho de 2010
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