sexta-feira, 24 de junho de 2011
Eu não acredito mais no amor...
Eu não acredito no amor. Na verdade já acreditei. Sempre me iludi com um futuro regido por uma linda história de amor, como nos livros onde terminam com um “felizes para sempre”. Achei que com a idade que tenho hoje, já estaria casada, com filhos e vivendo uma relação de fidelidade exemplar, como me espelho em Fátima Bernardes e Willian Bonner.
Mas o tempo passou. Passou, amei, “desamei”, me apaixonei, “desapaixonei” e hoje estou assim... Desiludida. Não vivi a grande história de amor que imaginei, nem de perto. Mas amei. Na intensidade que aquele amor me permitiu. Um amor simples, mas sem a voracidade do eterno. E não deu certo por que fui infiel. Infiel aos meus sentimentos, às minhas vontades. Permissiva e passiva, quando deveria ser verdadeira comigo. E foi dessa infidelidade aos meus princípios que me deparei com outro tipo de infidelidade. A física. A que destrói.
Não o culpo pela traição. Todos nós estamos propícios a infidelidade quando não sentimos o verdadeiro amor. Mas que amor é esse que todos dizem que sentem e juram ser eterno? Por que os relacionamentos não estão dando certo? Por que a infidelidade aumenta a cada dia?
Tem poucos dias que descobri meu atual status: traída. Ainda sinto uma dor impossível de transformar em palavras. Não é raiva, nem ódio, mas uma dor de desprezo, de tirar o pensamento, de arrancar o coração. E as pessoas têm percebido isso em mim. Tem me visto introspectiva ao ponto de não mover um músculo de expressão no rosto. E acabei comentando o ocorrido com um amigo e ele me disse com a maior naturalidade que infidelidade faz parte dos relacionamentos de hoje. Que o cara até respeita a mulher que ele escolheu como namorada, mas que de vez em quando precisa de um sabor diferente para apimentar a relação. Que eu devia fazer o mesmo e perdoá-lo se eu realmente gosto dele. Respeito? Aonde?
Então quer dizer que hoje em dia ser parcialmente fiel é tendência? Jóia!
Você é fiel? “Sim, sou sim. 75% fiel a minha mulher.” “Já eu sou 90% ao meu namorado.” “Eu nunca traí, só dei uns beijinhos no carnaval, mas isso não é traição.”
Tive que recorrer ao dicionário, para ver a real tradução da palavra fidelidade, por que já estava entrando num surto psicótico sem fim. Fidelidade não tem meio termo. Ou você é ou você não é. O fato de ter um afair fora do relacionamento é infidelidade e pronto!
E hoje para mim, fidelidade masculina também não existe. Assim como infidelidade é imperdoável. E é por isso que cada dia que passa eu acredito menos no amor. Até por que não existe amar mais ou menos...
Até acho que não vou ficar sozinha. Até acredito que terei meus filhos (produção independente?). E por que a hipocrisia do “seja eterno enquanto dure?” Já sabe que vai durar pouco? Ou que não vai durar para sempre? Não.... eu não estou desistindo dos meus sentimentos, nem estou me bloqueando pro mundo. Só estou deixando meu coração gritar, com uma intensidade capaz de chegar a outros corações tão sensibilizados como o meu.
Desejo felicidade, desejo paz e confiança. Desejo cumplicidade e verdade em todos os sentidos. Desejo que as pessoas amem, de verdade, capaz de fazer esse amor contagiar multidões. Quem sabe eu não volto a acreditar no amor?
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2 comentários:
Traição é foda mesmo... e esse negócio, de que homem tem essa necessidade instintiva, é puro folclore e preconceito provinciano para estas pestes continuarem a fazer a malandragem, e se justificarem assim: "eu sou homem"!!! E ainda tem mulher idiota que cai nessa! Tb não engulo, mas eu ainda tenho esperanças rsrss, apesar de tb ter acreditado um dia, lá atrás, que tb já estaria casada e com filhos...A vida é bela!! rs
Adorei o texto!
Pois é Jaqueline, essa nossa vida de tetéia não é fácil. Você disse uma coisa certa: dizer que traição é uma necessidade instintiva é puro folclore e preconceito mesmo. Mas o problema é que as mulheres sofrem, mas aceitam esse comportamento, perdoam, voltam para os "ex" depois que eles traem... Se todas as mulheres fizessem a revolução do "se trair não perdoo", muitos homens mudariam o comportamento ou pelo menos não consideraria uma atitude tão banal. Valeu pela participação!!!
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