quinta-feira, 26 de maio de 2011

Inteligência é afrodisíaca

Postado por Téia às 8:12 PM 0 comentários
O que você espera de um homem? Tem duas coisas que me despertam interesse de imediato: inteligência e bom humor. Normalmente essas duas características não andam juntas, talvez por isso ainda não tenha encontrado a minha cara metade. Olhando meu álbum de fotografias, vi que meus namorados não foram alvo de revista de moda, nem muito menos de disputa em mesa de bar, pelo contrário. Foram alvos de comentários alheios do tipo “o que foi que você viu nele, mulher?”

Eu vi caras com quem eu pudesse conversar sobre economia, culinária, salão de beleza ou configuração de placa mãe, política, viagens e anatomia humana. Homens que me acrescentaram valores intelectuais e emocionais. E acima de tudo nunca me fizeram passar por alguma vergonha gramatical.

Confesse, tem coisa pior do que conversar com um cara que fala errado ou que não consegue trocar uma opinião formada sobre tudo? Tenho me deparado com situações “emiessiênicas” e “facebookianas” de dar nó no estômago. De erros gramaticais à concordâncias “inverbais” das mais criativas possíveis. Coisas de fazer qualquer paixão ardente se dissolver em terrenos gélidos. De arrepiar.

Eu já me desapaixonei diversas vezes pela língua popular dos brasileiros. É um tal de neologismo cibernético, de expressões assombrosas e de abreviações surreais que vários gatos saíram da minha lista de interesse.

Como é que eu posso ter algum tesão por um cara que está “ancioso” para “mim ver”? Como é que eu posso aceitar sair com um tetéio que quer saber as minhas “9idades”? Eu só tenho uma... e na minha idade não dá para aturar certos “dezafios”(nossa!). Como é que eu vou suportar levar um “lero com o brother” que quer “fazer uma viaje pras bandas de lá” comigo? É preciso um pedaço de mel no corpo muito irresistível para esquecer da língua.

E é por essas e outras que eu faço questão de ler pelo menos dois sites de notícias por dia, de assistir uma série no canal fechado, de ter alguns livros na cabeceira da cama e sem dúvida, escrever a gramática correta nas redes sociais. Vc, p/, blz, vlw, #$%*@”! & Cia Ltda são símbolos restritos da minha comunicação.

O cara não precisa ser um Eriberto Leão, Caio Castro ou Rodrigo Lombardi que arrancam gritos femininos, nem muito menos uma enciclopédia ambulante. Mas confesse: estar ao lado de um homem inteligente é afrodisíaco, não é mesmo?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Crise dos 30

Postado por Téia às 3:02 PM 0 comentários

Balzaquiana é uma expressão que surgiu após a publicação do livro A Mulher de Trinta Anos (1831-32) do francês Honoré de Balzac e que se refere às mulheres na casa dos 30.

Balzac faz uma apologia às mulheres de mais idade que, emocionalmente amadurecidas, podem viver o amor com maior plenitude - em completa oposição a tradicional figura da moça romântica que nos livros tinham no máximo 20 anos. Sua personagem principal, Júlia d`Àiglemont, é o grande retrato da mulher mal casada, que após anos de infelicidade, ao chegar aos 30 consegue encontrar o amor nos braços de outro homem.

E sobre as mulheres que chegam aos 30 sem um amor pleno? Quem se habilita em reescrever essa nova personagem dos tempos modernos?

Como uma pré-balzáquia até concordo que hoje sou muito mais emocionalmente amadurecida do que nos meus vinte e poucos anos. Decidida e seletiva seriam as melhores argumentações para definir essa maturidade de hoje. E em contraponto com a história de referência, não vivi os últimos anos mergulhada numa infelicidade. Pelo contrário, tenho vivido muitas aventuras amorosas extremamente interessantes, diferentes e complementares, como se eu buscasse em cada intervalo algo que nenhum homem ainda me ofereceu. E nessas degustações, tenho feito as distinções do que quero e do que não quero nas minhas relações a dois e isso me torna cada dia mais decidida nas minhas predileções.

Ao mesmo tempo que crio segurança para encontrar um par que atenda ao pré-requisito de relação duradoura, me vejo frustrada de peneirar os candidatos e não sobrar um nessa peneira para contar a minha história. E nessa, caio naquele velho tormento emocional feminino de que, beirando os 30 se ainda vou encontrar o par perfeito.
Casamento? Filhos? Namoro fixo ou moderno? Por mais avançadas que sejam as relações e por mais que eu concorde que é melhor viver só do que mal acompanhada, não espero passar minha vida vivendo de aventuras. Gosto da idéia de ter um companheiro na minha vida. De dividir problemas ou angústia e principalmente multiplicar felicidade. O que adianta ter vários homens bonitos, te fazendo companhia em programações diferentes, se nenhum deles vai voltar para casa com você e dar risada do programa de TV chato que passa sábado a noite?

Tenho feito contas ultimamente e o que gasto nas baladas dos finais de semana, dariam para custear uma viagem para outra cidade uma vez por mês ou uma viagem internacional por ano. Programações muito mais interessantes, diga-se de passagem. Que me trouxesse experiência de vida e de culturas, de lembranças e de aprendizados. Que ficassem registradas entre fatos e fotos no meu baú de memória. E que com certeza me muniria de muito mais histórias à contar.

No entanto, vejo que os homens estão na contra-mão da história. Preferem viver de risadas e chopps e de mulheres de todas as cores, de várias idades, de muitos amores.

Por isso, deixo o meu desabafo a todas as Balzaquianas que, assim como eu, consiga encontrar o amor nos braços de outro homem, depois dos 30.
 

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